sexta-feira, 18 de maio de 2012

Bico-de-lacre

Bico-de-lacre

Introduzido no Brasil por marinheiros de navios mercantes, o bico-de-lacre proliferou abundantemente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Ave de pequeno porte, cerca de 13 cm de comprimento por 14cm de envergadura, possui uma cor acastanhada no dorso e acinzentado no peito, com um bico vermelho e uma risca vermelha ao redor dos olhos e outra no peito. Muito semelhantes às fêmeas, os machos possuem um tom mais avermelhado no peito e a base infeiror da cauda preta.

Bico-de-lacre
Bico-de-lacre
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Estrildidae
Gênero: Estrilda
Espécie: Estrilda astrild
Os pássaros desta espécie gostam de viver em comunidade, não se importando com a presença de outras espécies, desde que sejam do mesmo porte. Calmos e coloniais, se adaptam facilmente ao convívio humano, sendo facilmente criados em cativeiro.
Granívoro, o bico-de-lacre ocasionalmente se alimenta de insetos, mesmo não sendo apreciadores desta iguaria, principalmente durante a reprodução, momento em que precisam de mais proteína. Não mostram sinais de competição pela comida com outras espécies, porém oferece um grande risco à plantações de arroz.
A postura dos ovos, normalmente entre 3 e 5 durante o ano,é feito em ninhos ovais ou esféricos, feitos de corda, penas e algodão. O casal incuba os ovos durante 13 dias até o nascimento dos filhotes, que ficarão no ninho por cerca de 21 dias. Esses filhotes possuem a plumagem incompleta e o bico vermelho, e só se alimentam sozinhos três semanas após saírem de seus ovos.
Algumas vezes o bico-de-lacre faz outros ninhos menores e, sobre o ninho de cria, um outro bastante visível, com a base apoiada sobre o mesmo. Acredita-se que a função deste último ninho seja a de despistar os predadores, desviando a atenção do ninho verdadeiro com os ovos.
Originário da África Meridional, o bico-de-lacre se adaptou facilmente ao cativeiro sendo que depois das primeiras posturas bem sucedidas, o casal terá outras bastante sucessivas. Os animais nascidos em cativeiro nidificam com mais facilidade, ao contrário de outras espécies.
Apesar do painço ser a base de sua alimentação, rações prontas com outras misturas podem ser encontradas em casas especializadas de animais.
Passeiformes, o bico-de-lacre pertence à família dos estrildidae, e passou a povoar também a Europa, além do Brasil, uma expansão provocada pelo homem provavelmente. Talvez por isso não seja uma espécie em risco de extinção.

Biguá

Biguá

O Biguá é uma ave da família dos falacrocoracídeos, o biguá habita a região que vai do México à América do Sul. Com uma plumagem escura e 75cm de comprimento, o biguá possui uma glândula uropigial, responsável pela secreção de uma substância impermeabilizadora de suas penas, tornando-as mais pesadas e com menos retenção de ar. Essa característica faz com que o biguá se torne um mergulhador mais rápido do que os demais pássaros, já que por ajudá-lo a livrar-se do ar durante o mergulho e liberar a água ao vir à tona, faz que o pássaro não gaste energia desncessariamente batendo as patas, podendo alcançar uma velocidade de 3.8 m/s. Isso faz do biguá um predador de alta eficácia na captura de peixes, quase um torpedo emplumado.

Biguá
Biguá
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Phalacrocoracidae
Gênero: Phalacrocorax
Espécie: P. brasilianus
Em questão de minutos, o biguá consegue realizar sucessivos mergulhos, que lhe rende dezenas de peixes, trabalhando em conjunto com outros biguás para encurralar o cardume contra a margem.
Diferente do que se pode pensar, os biguás não espantam os peixes durante sua ação de pesca. Pelo contrário, no Japão e na China eles são parceiros dos pescadores no sistema chamado de ukai, em que cada pescador leva dez biguás amarrados pelo pescoço com um corda, pela qual são controlados.
O biguá é adepto à pescarias coletivas e estratégicas, ladeando com outros biguá, todos no mesmo sentido, conseguindo assim bloquear canais e enseadas fluviais.
Basicamente piscívoros, uma vez que seu suco gástrico desagrega as espinhas de pequenos peixes, o biguá também se alimenta de moluscos, crustáceos e outros animais aquáticos.
As fezes do biguá, por serem ácidas, afetam o meio ambiente por danificarem as raízes e folhas das árvores, e até mesmo o solo. Quando o biguá mergulha ele defeca e, de suas fezes, é solta uma enzima que ajuda na manutenção da população de peixes.
Pedras, árvores e estacas à beira d’água são lugares bastante procurados por este exímio mergulhador para descansar e secar suas penas, enquanto que matas alagadas e matas ciliares, por vezes colônias de garças, são os habitats preferidos para nidificar sobre as árvores. A incubação de seus pequenos ovos, cobertos por uma crosta calcária branco-azulada, dura em torno de 24 dias.
O bigua é normalmente confundido com patos devida a aparência de suas patas com membranas e desprezados por serem tão comuns, daí a serem conhecidos também como pardais do rio. Sua plumagem escuro também não nos chama atenção como as penas coloridas de outros pássaros e tão pouco aguçam os caçadores, uma vez que os biguas não possuem muita carne.

Abutre

Abutre

Os abutres são aves de hábitos necrófagos, com grande envergadura, cauda pequena e cabeça desprovida de penas, bem como o longo pescoço. Esses pássaros possuem uma longevidade consideravel, podendo viver até 30 anos.

Abutre
Abutre
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Accipitridae
Seu majestoso voo em círculos, aproveitando correntes de ar quente para planar, pode ser visto frequentemente nos céus de regiões de clima quente ou temperado, um espetáculo que pode durar horas seguidas. Do alto o abutre vasculha o terreno em busca de alimento, graças à sua visão aguçada e o olfato sensível, característicos dos accipitrídeos.
Sua fisiologia é adequada para que se alimente, de modo que seu pescoço desnudo possa auxiliar a introdução da cabeça da carniça encontrada, enquanto que o bico, forte e curvo, se torna uma eficaz ferramenta para arrancar pedaços do couro de grandes herbívoros. Em seu seleto cardápio consta ainda restos de comida e excrementos, além de eventualmente algum animal vivo, já que diferente de outras aves de rapina, como o falcão e a águia, não caça presas vivas. Porém, quando um abutre encontra alimento, seja um animal morto ou agonizante, outros abutres voam em sua direção, mesmo estando a qulômetros de distância.
Esses pássaros possuem uma rígida estrutura social baseada no tamanho e na força do bico de cada animal. O abutre é obrigado a comer aonde encontra seu alimento, já que suas garras, apesar de bem desenvolvidas, e bico, encurvado e aguçado, não são potentes o suficientes para carregar a comida.
Os casais de abutre voam em dupla durante a época de procriação, porém não constroem um ninho, e sim buscam por um abrigo debaixo de rochas, árvores caídas ou cavernas, onde são depositados os vos, três no máximo. O casal de abutres, monogâmico e territorialista, tornam-se pais dedicados e juntos irão alimentar e cuidar da prole.
Na África, esses pássaros são considerados o símbolo do amor e da maternidade, graças ao voo em dupla e o fato da fêmea ser extremamente cuidadosa, respectivamente. Por sinal o abutre africano é o único que utiliza ferramentas, como pedras para quebrar a dura casca do ovo de avestruz. Esses pássaros, por sinal, viveram seus dias de animais sagrados no antigo Egito, quando se acreditava que, graças à altura alcançada em seus voos, podiam viver pertos dos deuses.
Os abutres, assim como outros accipitrídeos, possuem uma forte influência ecológica, dada à sua sensibilidade à poluição, o que faz destes pássaros bons indicadores da qualidade do ar.

Atobá

Atobá

O atobá é uma ave ciconiforme da família Sulidae, característica de mares tropiais e subtropicais, como a costa brasileira, por exemplo. Do porte de uma gaivota, com asas compridas e estreitas, possui uma plumagem cor café contrasta com a barriga branca, que quando filhote fica toda branca. Possui ainda uma cauda cuneiforme, grandes membranas nadatórias, em pés totipalmados, e um bico pontudo serrilhado, porém não apresenta narinas esternas, exceto quando ainda está na fase embrionária.

Atobá
Atobá
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Sulidae
Gênero: Sula
Espécie: S. leucogaster
Habitante de praias, ilhas e rochedos, o atobá se alimenta de peixes e crustáceos, que captura ao mergulhar. A alimentação deste exímio mergulhador, que pode atingir até 20m de profundidade, está baseada em sardinhas, anchovetas, maria-luisas e lulas.
Seus ninhos são feitos de gravetos secos, ossos de outras aves, ramos com folhas verdes e penas. Durante o período de incubação e no início da vida dos filhotes, o atobá adulto é bastante agressivo quando se trata de incursões em território, seja indivíduos de sua espécie, outras aves ou seres-humanos.
Em uma pesquisa realizada nas Ilhas Moleques do Sul foram encontrados cerca de 256 casais nidificados, sendo que 68,4% do esforço reprodutivo correspondia a ninhos com apenas um ovo, enquanto que os com dois ovos chegaram a 31,6% e apenas 0,3% dos ninhos continham três ovos.
Contudo, independente da quantidade de ovos postos por um atobá, apenas um filhote recebe atenção e foi criado pelos pais. Os demais ovos são uma espécie de margem de segurança, caso o primeiro ovo ou filhote não se desenvolva, dando continuidade ao processo reprodutivo. Ao eclodir o primeiro ovo, os demais são jogados para fora do ninho. O tempo de incubação de um ovo de atobá é de 45 dias, sendo que o primeiro ovo é posto cercad e 5 dias antes do segundo e assim por diante. O filhote é alimentado pelos pais,(ambos os sexos cuidam dos ovos e do filhote) por um período de aproximadamente 4 meses, com alimentos regurgitados, como peixes e lulas.
Os atobás procriam em colônias mistas localizadas costas ou ilhas oceânicas isoladas, dividindo o espaço com outras aves nmarinhas, como a fragata e o cormorão por exemplo. A marcação de seu território é feita após um ritual de acasalamento e então é feita a postura dos ovos.
Os atobás possuem uma diformidade sexual, o que torna as fêmeas maiores e mais pesadas do que os machos, e sua maturidade sexual e a plumagem adulta chega entre 2 e 6 anos de vida. Um atobá pode viver entre 10 e 20 anos.
Em algumas regiões, como o Peru, os atobás são caçados pelos ovos, penas e carne, sendo explorados comercialmente como fonte de guano, um adubo rico em nitrogênio e fosfato, produto da decomposição dos excrementos e cadáveres de aves marinhas.

Ornitologia

Ornitologia

Ornitologia é o ramo da Biologia que se incumbe de estudar as aves, bem como sua incidência na superfície terrestre, habitat, comportamento, características utilizadas para diferenciá-las umas das outras, de modo a possibilitar a classificação das espécies. O profissional de Ornitologia é denominado ornitólogo, que pode ser profissional, quando tem formação acadêmica, ou amador, que não tem formação e estuda as aves apenas por ter interesse.

Um dos primeiros estudiosos a escrever sobre as aves foi Aristóteles, no livro Sobre as Histórias dos Animais, obra esta que foi prosseguida alguns séculos depois pelo naturalista romano Caio Plínio Segundo, mais conhecido como Plínio, o Velho. Diversas outras obras registraram observações acerca das aves na Idade Média e no Início da Idade Contemporânea, mas o marco inicial do estudo das aves foi o estudo do naturalista inglês Francis Willughby, dado continuidade pelo seu colega, John Ray, que publicou em 1678 a obra Ornithology of F. Willughby.
O ornitólogo é responsável pelo estudo das aves em todos os âmbitos: nascimento, crescimento, participação na cadeia alimentar, acasalamento, reprodução, arquitetura do ninho, vôo, migração, comunicação, etc. Além disso, tais profissionais também estudam o processo evolutivo das aves, sua origem, semelhança com os antepassados, e a forma como as aves podem sofrer as alterações ecológicas futuramente.
As aves constituem um grupo de animais vertebrados, cuja principal característica é ter o corpo coberto por penas, além de habitarem todas as partes da superfície terrestre.
O comportamento das aves varia de acordo com a espécie, gênero, família e ordens, aspectos como o espaço, o ato de ciscar, esponjar, a proteção das penas, são muito importantes para compreender os mecanismos “sociais” das aves. Devido à criação em cativeiro, o comportamento das várias espécies vem sendo alterado com o passar do tempo.

Gado Senepol

Gado Senepol

A raça bovina Senepol teve origem por volta de 1918 no arquipélago de Ilhas Virgens, no Caribe, quando um pecuarista experimentou o cruzamento da raça britânica Red Poll com o gado N’Dama, originário de Senegal. O registro da nova raça aconteceu em 1940 e em 1954 foi registrado o nome Senepol.

Touro reprodutor da raça Senepol
No Brasil, os primeiros animais chegaram em 1998, quando pecuaristas importaram doses de sêmen da raça. Em 2000, surgiu a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol.

Adaptação do Senepol no Brasil

Apesar de recente no Brasil, o Senepol conquistou espaço significativo no plantel de cruzamentos industriais por ter boas condições de reproduzir a campo. O comportamento dócil e a carcaça larga são provenientes da raça Red Poll; já sua rusticidade para suportar temperaturas elevadas em estados como Mato Grosso e Pará é característica do N’Dama, raça famosa também pela resistência a insetos. Essa qualidade ficou conhecida por permitir ao N’Dama sobreviver em locais de ocorrência da mosca tsé-tsé, transmissora da doença do sono.

Carcaça

O Senepol apresenta características comuns às raças taurinas: desenvolvimento muscular, posterior largo, profundidade e convexidade (costelas bem arqueadas). O rendimento médio da carcaça no frigorífico é de 53,9%, cobertura média de gordura de 5,4mm e índice médio de 80,8cm² na área de olho de lombo.

Características do Senepol

  • O pêlo curto permite suportar temperaturas altas;
  • Tem boa aptidão a campo e se mantém saudável se alimentando de pastagem;
  • Seu comportamento dócil facilita o manejo dos animais e aufere boa habilidade materna;
  • Raça 100% taurina, apesar de muitos pensarem que é composta ou sintética;
  • É mocho, ou seja, ausente de chifres.

Órgão Vomeronasal

Órgão Vomeronasal

O órgão vomeronasal, também denominado órgão de Jacobson, consiste em um órgão olfativo auxiliar de alguns animais classificados, de acordo com a biologia, em tetrápodes.

O nome de órgão de Jacobson faz menção ao pesquisador dinamarquês Ludwig Levin Jacobson. Já o nome de órgão vomeronasal refere-se ao osso vômer (facial) dos animais adultos, localizado entre o nariz e a boca.

Animais

Nos animais, o órgão vomeronasal encontra-se conectado à cavidade bucal pelo ducto incisivo (com exceção dos equinos). A função desta estrutura é aumentar a sensibilidade de quimiorrecepção nas espécies domésticas e selvagens.
Mais especificamente, componentes líquidos e aerossóides de baixa volatilidade, denominados feromônios, podem ser detectados, influenciando as funções hormonal e reprodutiva, assim como o comportamento sexual de machos e fêmeas.
Os feromônios podem adentrar no órgão em questão via lambedura, ingestão oral ou inalação direta. Os sinais concebidos pelo epitélio vomeronasal são enviados para um bulbo olfatório acessório, que na maior parte das espécies, age como o primeiro centro de integração neural para o sistema sensorial vomeronasal.
Apesar de o epitélio neurossensorial ser composto por células se sustentação, basais e olfatórias e apresentarem uma aparência de epitélio olfatório, há algumas distinções. Este epitélio não possui cílios, mas sim microvilosidades de bulbo dendrítico (com exceção dos cães). As microvilosidades e seus receptores possuem capacidade de detectar agentes químicos específicos e potenciais significativamente baixos.
Bem como na maior parte da região olfatória, o órgão vomeronasal apresenta as glândulas, localizadas sobre o tecido conjuntivo subjacente bem vascularizado. Suas secreções, que podem ser do tipo serosa, mucosa ou ambas, são depositadas no ducto vomeronasal.

Seres Humanos

Estudos anatômicos têm evidenciado que o órgão de Jacobson regride ao passo que o feto se desenvolve, assim como em outros mamíferos, como os primatas, cetáceos e certas espécies de morcegos.
Nos humanos adultos, não há a presença de evidências científicas de conexão neural entre o órgão de Jacobson com o sistema nervoso central. Contudo, há a presença de uma diminuta estrutura no septo nasal de alguns indivíduos, o que leva alguns pesquisadores a acreditarem que essa estrutura represente um órgão vomeronasal funcional.

Aves da Antártida

Aves da Antártida

Cerca de 14 milhões quilômetros quadrados de gelo, um imenso continente branco. A Antártida nunca teve população nativa de seres humanos, mas possui uma fauna peculiar marcada pela baixa variedade de espécies e um constante ciclo de migração.
                                                                                                                       Skua
Os cientistas acreditam, por meio de estudos, que exista uma média de trinta espécies de aves voadoras, cada espécie com milhões de indivíduos. As aves da Antártida costumam se alimentas de peixes, lulas, crustáceos e filhotes de pinguins.
O principal predador dos céus do continente branco é a skua, uma ave parecida com a gaivota que possui forte habilidade para roubar o alimento de outras
aves e devorar os filhotes dos ninhos. Na Antártida
há também os petréis brancos, espécie de
ave bastante populosa na região.
É possível quantificar 2 milhões de albatrozes da mesma espécie no continente que possui baixa diversidade de aves em comparação à Amazônia, mas grande quantidade de exemplares. Há colônias de pinguins com 1,5 milhões de indivíduos. Os pinguins, por sua vez são adaptados à vida aquática, na água atingem velocidades de até 40 quilômetros por hora, possuem a capacidade mergulhar até 250 metros de profundidade, e conseguem ficar submersos até 18 minutos.
Os pinguins costumam habitar áreas de água fria para compensar a perda de calor. A barriga branca de um pinguim engana os predatores terrestres que tentam atacá-los por debaixo, como por exemplo, as focas e as baleias.
As aves de rapina se enganam com o dorso negro dos pinguins, a cor escura das costas dos adoráveis pinguins o protege de skuas e petréis. A skua possui bico duro e forte no desenho de um gancho, suas penas são escuras. Possui comportamento arisco e sempre atacam em busca de comida e para defender seu território.
As skuas formam casais e ninhos em covas cavadas nos musgos, cada casal em média põe dois ovos, os filhotes nascem com plumagem marrom acinzentado. A skua ainda consegue migrar para o Ártico durante o inverno antártico.
Já os petréis são marítmos, fixam local no continente branco ou nas ilhas Antárticas para procriação. A espécie de petrel-gigante possui cerca de 2,10 metros de envergadura, possuem cor marrom com a cabeça mais clara. Algumas espécies possuem cor branca e manchas pretas. Os filhotes dessa espécie costumam nascer na cor branca.
Os petréis-gigantes costumam se alimentar de qualquer animal morto ou em processo de decomposição, porém, também caçam, principalmente os pinguins.

Bactérias exóticas

Bactérias exóticas

Certas espécies de bactérias possuem características muito peculiares, podendo até se diferenciarem das da sua própria classe. Por isso, tais seres são rotulados como bactérias exóticas, como é o caso das actinomicetos, mixobactérias, micoplasmas, clamídias e rickéttsias.

Actinomicetos

As actinomicetos, também conhecidas como actinobactérias, são bactérias Gram-positivas que se organizam em colônias filamentosas muito semelhantes aos fungos. A maioria das actinomicetos tem o solo como habitat, onde desempenham um importante papel biológico: a decomposição da matéria orgânica que não pode ser degradada por outros microrganismos. Algumas espécies do gênero Streptomyces são utilizadas na produção de estreptomicinas, antibióticos de grande relevância farmacêutica.

Mixobactérias

As mixobactérias (do grego, myca, que significa muco) ocorrem em ambientes ricos em matéria orgânica em processo de degradação como o solo, por exemplo. Parte dessas bactérias se nutre de celulose, porém, a maioria delas se alimenta de outras bactérias. Para isso, as mixobactérias secretam um muco com substâncias bactericidas, que destroem outras bactérias e, dessa forma, as bactérias mortas são usadas como alimentos para as bactérias vivas.

Micoplasmas

Micoplasmas são bactérias pequenas desprovidas de parede celular. Trata-se de bactérias formadoras de colônias filamentosas, que muito se assemelham às hifas dos fungos, daí o nome micoplasmas (do grego, myco, que significa fungo).
Parte das bactérias dessa espécie possui vida livre, ao passo que outras parasitam células animais e vegetais, como é o caso da Mycoplasma pneumoniae, causadora de um tipo de pneumonia. Dentre as espécies parasitas estão o Mycoplasma hominis, que acomete o sistema reprodutor causando esterilidade e aborto espontâneo, e a Mycoplasma genitalium, que provoca a uretrite em seres humanos.

Clamídias

As clamídias são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, apenas conseguem se reproduzir no interior de outras células, utilizando dos recursos desta para tanto. Tais espécies, ao longo do seu ciclo de vida, são capazes de produzir esporos, o que possibilita sua proliferação pelo ar. Atualmente, existem relatos somente de 3 espécies de clamídias, sendo todas causadoras de doenças em seres humanos:
  • Chlamydia pneumoniae – agente patogênico da pneumonia branda (ou pneumonia clamidial), muito parecida com aquela causada pelo micoplasma.
  • Chlamydia trachomatis – essa espécie acomete os olhos, que provoca o tracoma, distúrbio causador de cegueira em seres humanos. Além dos olhos, as bactérias dessa espécie também infectam o sistema urogenital, provocando uretrite e linfogranuloma venéreo, que são doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).
  • Chlamydia psittaci – contaminam os pulmões, causando a ornitose, uma das formas da pneumonia. Esses agentes infecciosos têm as aves como reservatórios naturais e, ao acometerem seres humanos, podem manter-se incubados por longos períodos de tempo, manifestando-se, apenas em quadros de estresse.

Rickéttsias

Assim como as clamídias, as rickéttsias também são parasitas intracelulares obrigatórios. Basicamente, o que diferencia as duas espécies é a capacidade de formar esporos que as rickéttsias não apresentam, por isso, não podem sobreviver fora do organismo hospedeiro.
Como exemplo de doenças causadas por rickéttsias pode-se citar a febre Q, o tifo murino endêmico e o tifo epidêmico. A febre Q é causada pelas bactérias da espécie Coxiella burnettii, que vive em carrapatos e é transmitida através da picada destes em gados, que, por sua vez, transmitem aos seres humanos por meio do leite. O tifo murinho endêmico é provocado pela contaminação por Rickéttsia typhi, transmitida por pulgas de rato. Já o tifo epidêmico é causado pela Rickéttsia prowazekki, tendo o piolho-corpo como reservatório. Em geral, as infecções por rickéttsias provocam febre alta, que chega a perdurar por duas semanas ou mais.

Sofrimento Fetal

Sofrimento fetal

O sofrimento fetal, também chamado de hipóxia neonatal, consiste na diminuição ou ausência da assimilação de oxigênio recebida pelo feto através da placenta. Este quadro pode ser agudo ou crônico.

Em muitos casos este sofrimento é implicado por uma patologia materna que ocasiona redução na sua concentração de oxigênio sanguíneo, como, por exemplo, em um quadro de anemia significativa, um problema respiratório ou cardíaco. Existem também outras patologias maternas que resultam em uma irrigação placentária ineficiente, como no caso da hipertensão arterial ou a diabetes gestacional, levando, consequentemente, à diminuição da oxigenação fetal. Apesar de estes problemas não apontarem alterações evidentes na oxigenação ao longo da gestação, podem ocasionar uma insuficiência da mesma no momento do parto, em decorrência do esforço realizado pela mãe ou quando há associado uma redução da irrigação placentária durante as contrações uterinas. Além disso, problemas ocorridos no momento do parto, como placenta prévia e o descolamento prematuro da placenta, podem resultar em problemas mais severos na oxigenação do feto.
Dentre outros problemas que causam a diminuição da oxigenação fetal estão:
  • Alterações das contrações uterinas;
  • Posições anômalas do feto;
  • Desproporção entre as dimensões da pélvis da mãe e do tamanho do feto;
  • Nascimento de múltiplos;
  • Ruptura uterina;
  • Anomalias do cordão umbilical.
As consequências da hipóxia neonatal variam de acordo com a intensidade da redução de oxigênio fetal e do tempo de duração da mesma. Quando o problema é identificado precocemente, a recuperação do feto costuma ser rápida e não deixa sequelas. Contudo, quando o quadro de hipóxia é prolongado, pode levar a lesões irreversíveis em diversos órgãos, especialmente no sistema nervoso, como:
  • Lesões cerebrais difusas de baixa severidade, que ocasionam problemas de comportamento e atraso no desenvolvimento psicomotor do indivíduo;
  • Lesões encefálicas extensas mais severas, podendo resultar em paralisia cerebral infantil, epilepsia ou atraso mental. Além disso, as lesões encefálicas também podem levar à morte do feto no decorrer do parto ou algumas horas após o nascimento, em virtude do comprometimento das funções vitais do mesmo.
O diagnóstico do sofrimento fetal é alcançado através da monitorização cardiotocográfica do parto, pois por meio deste procedimento é possível monitorar a reserva respiratória fetal. Um exame que auxilia no diagnóstico é a amnioscopia que, em muitos casos, evidencia a expulsão do mecônio, que é indicativo de sofrimento fetal. A análise laboratorial do sangue fetal aponta com precisão a exacerbada redução do oxigênio fetal e a consequente elevação da acidez sanguínea.
Quando o sofrimento fetal é comprovado, medidas devem ser adotadas para resolver o problema quando possível, ou o parto deve ser finalizado o mais rapidamente possível para não resultar em lesões irreversíveis no feto. Quando o sofrimento fetal ocorre antes do parto, deve-se recorrer à cesariana.

Vasa Prévia

Vasa prévia

A vasa prévia, também chamada de vasa praevia, consiste em uma complicação obstétrica na qual, em decorrência de uma inserção anômala do funículo umbilical na placenta, os vasos fetais cruzam o segmento inferior uterino locais, deixando os mesmos a frente da apresentação (próximos ao orifício externo do cérvix uterino).

O normal é os vasos sanguíneos do cordão umbilical ficarem isolados no interior do saco amniótico. Contudo, quando há vasa prévia, os vasos sanguíneos encontram-se presentes nas membranas sem a proteção. Havendo a ruptura das membranas, os vasos sanguíneos podem atravessar o colo do útero e serem facilmente comprimidos quando o feto alcança a porção mais baixa da pelve, reduzindo a oferta de sangue para o mesmo, resultando na queda da taxa cardíaca.
O diagnóstico precoce habitualmente é negligenciado, uma vez que se trata de uma patologia rara, de grande dificuldade de diagnóstico e que apresenta pouco tempo entre a suspeita diagnóstico e a intervenção médica. Quando a descoberta da vasa prévia é alcançada antes do início do trabalho de parto, a chance de natimorto encontra-se acima de 95%.
Com o advento da ultrassonografia com escala da cinza e, especialmente, com a associação da ultrassonografia endovaginal à dopplerfluxometria a cores, o diagnóstico desta condição passou a ser mais frequente e seguro.
Quando o diagnóstico da vasa prévia é feito nos primeiros meses de gestação, a gestante pode ser hospitalizada antes do desencadeamento o trabalho de parto, garantindo assim o rápido acesso aos cuidados médicos. No caso de detecção durante o trabalho de parto, indica-se a cesariana de emergência.

Embolia Amniótica

Embolia Amniótica

A embolia amniótica consiste em um distúrbio obstétrico raro, porém extremamente grave. Aproximadamente 80% das gestantes acometidas por este distúrbio falecem e parte das que sobrevivem apresentam sequelas neurológicas.

Foi em 1941 que Steiner e Luschbaugh descreveram este distúrbio pela primeira vez, após encontrarem restos fetais na circulação pulmonar de mulheres que morreram durante o parto.
Estima-se que este complicação obstétrica ocorra em 1 a cada 8.000 a 80.000 partos, embora pesquisas mais recentes apontam mais precisamente a ocorrência da embolia amniótica em 1 a cada 20.464 partos.
Ainda não se sabe exatamente qual a causa desta patologia. Anteriormente acreditava-se que a avançada idade materna tinha relação com a ocorrência de embolia amniótica; todavia, estudos recentes evidenciaram que não há. A causa mais aceita é a de que no momento em que as células fetais e conteúdos do líquido amniótico entram em contato com a corrente sanguínea da mãe, levando à alteração respiratória, cianose, choque cardiovascular seguido por convulsões e coma profundo. Sabe-se que a evolução deste distúrbio se dá em duas fases.
Na primeira fase, a paciente apresenta falta de ar aguda e hipotensão. Rapidamente, há a evolução para parada cardíaca, com consequente redução da perfusão cardíaca e pulmonar.
Quando as pacientes sobrevivem à primeira fase, entram na segunda, que se caracteriza pela presença de intensa hemorragia, atonia uterina e coagulação intravascular disseminada (CID). Esta fase também vem acompanhada por tremores, vômito, tosse e sensação de mau gosto na boca.
O típico quadro clínico da embolia amniótica é o de uma gestante nos últimos estágios do parto que apresenta dispneia aguda com hipotensão, com subsequente parada cardíaca, hemorragia devido à CID e, por conseguinte, morte. A maior parte das pacientes falece ainda na primeira hora de evolução do distúrbio.
Algumas pacientes também podem apresentar tosse, convulsões tônico-clônicas, cianose, bradicardia fetal, sinais de edema pulmonar e atonia uterina.
Tradicionalmente, o diagnóstico é feito durante a autópsia, a qual evidencia a presença de células fetais na circulação pulmonar materna. Em uma paciente que está em estado grave, uma amostra de sangue colhido diretamente da artéria pulmonar da mãe que aponte presença de células fetais é considerado um indicativo, mas não um diagnóstico para a embolia amniótica. O diagnóstico é feito por meio da exclusão de outras afecções, com base no quadro clínico apresentado pela paciente. Dentre o diagnóstico diferencial estão:
  • Anafilaxia;
  • Dissecção aórtica;
  • Embolia colesterolêmica;
  • Infarto miocárdico;
  • Tromboembolismo pulmonar;
  • Choque séptico;
  • Placenta prévia;
  • Síndromes aspirativas.
O tratamento realizado é de suporte. Quando a paciente evolui para parada cardiorrespiratória, não respondendo às manobras de ressuscitação, deve-se realizar a cesariana o mais rápido possível.

Cordão Umbilical

Cordão Umbilical

O cordão umbilical consiste em um anexo encontrado exclusivamente nos mamíferos que permite a comunicação entre o feto e a placenta.

O desenvolvimento do cordão umbilical ocorre a partir do saco amniótico, vesícula vitelínica e alantoide, sendo formado ao redor da quinta semana de desenvolvimento fetal, substituindo o saco vitelínico como fonte de nutrientes para o feto. Esta estrutura possui cerca de 50 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, sendo que o diâmetro diminui consideravelmente ao adentrar à placenta.
Esta estrutura, que se encontra acoplada na região abdominal do feto, é composta por duas artérias, uma veia e a geleia de Wharton (substância gelatinosa) e é responsável pelo transporte de nutrientes, além de realizar as trocas gasosas entre a mãe e o feto. Essa troca ocorre da seguinte forma: o sangue oxigenado chega pela veia cava superior adentra o átrio direito, passando direto para o átrio esquerdo pelo forame oval passando, subsequentemente, para o ventrículo esquerdo, sendo bombeado para toda a parte o corpo do concepto. Por conseguinte, o sangue com baixa taxa de oxigênio que retorna dos membros superiores, adentra a câmara cardíaca por meio da veia cava superior, passando então do átrio direito para o ventrículo direito, seguindo para a artéria pulmonar. Todavia, como o pulmão é um órgão não utilizado em vida intra-uterina, essa artéria desemboca na aorta descendente, que, por sua vez, segue em direção às artérias umbilicais que o transporta para a placenta para iniciar o ciclo novamente.
Anormalidades envolvendo o cordão umbilical podem ocorrer. Dentre estas estão:
  • Cordão nucal, situação na qual o cordão umbilical fica enrolado ao redor do pescoço do feto;
  • Inserção vilamentosa do cordão umbilical;
  • Artéria umbilical única;
  • Prolapso do cordão umbilical;
  • Vasa prévia.
Logo após o nascimento do bebê, é feito o corte do cordão umbilical. Neste momento, a ausência de oxigênio leva à abertura das vias aéreas que funcionam como via para o sangue proveniente da câmara cardíaca direita para os pulmões. Esta abertura possibilita que o líquido surfactante encontrado nos alvéolos abra as vias aéreas do bebê, passando o sangue a ser oxigenado pela via respiratória.
Há pouco tempo foi descoberto que na camada endotelial do cordão umbilical são encontradas células-tronco mesenquimais. Estas, por sua vez, não apresentam função definida, podendo, portanto, transformar-se em qualquer célula do organismo após um processo de diferenciação. As mesmas podem ser usadas para o transplante de medula óssea. Deste modo, atualmente existe a possibilidade de congelar essas células em um banco de sangue do cordão umbilical, para uso posterior caso seja necessário.

Tipos Sanguíneos

Tipos Sanguíneos

É conhecido que os seres humanos possuem sangue pertencentes a 4 grupos distintos:

  • Tipo A;
  • Tipo B;
  • Tipo AB;
  • Tipo O.
A existência de 4 fenótipos básicos para grupos sanguíneos humanos no sistema ABO ocorre, porque existem 3 alelos distintos que ocupam o mesmo locus cromossômico que diz respeito ao tipo de sangue. São eles:
  • Alelo IA;
  • Alelo IB;
  • Alelo i.
Este é um caso de polialelia ou alelos múltiplos. Neste caso, os alelos IA e IB possuem co-dominância entre si, mas não são dominantes sobre o alelo i, que é recessivo para ambos. Desta forma, são observados:
  • 3 pares de alelo na natureza, que são: IA, IB e i;
  • 4 fenótipos distintos são possíveis: sangue A, sangue B, sangue AB e sangue O;
  • 6 genótipos distintos são possíveis: IAIA, IAi, IBIB, IBi, IAIB e ii.
Quando o IA está presente no genótipo de um indivíduo, há a indução da produção de uma proteína especial que se acopla à membrana das hemácias, chamada de antígeno A ou aglutinogênio A. Esse mesmo gene também condiciona a capacidade de concepção do anticorpo B ou aglutinina anti-B, encontrado no plasma do mesmo indivíduo.
Já o indivíduo que apresenta o gene IB no seu genótipo sintetiza uma proteína distinta, conhecida como antígeno B ou aglutinogênio B, também acoplado a membrana das hemácias. Da mesma forma, este indivíduo produz um anticorpo, mas neste caso, é o anticorpo A ou aglutinina anti-A, também encontrado em seu plasma.
Indivíduos que possuem os alelos IA e IB sintetizam antígenos de ambos os tipos (antígenos A e B) e, portanto, não sintetizam nenhum tipo de anticorpo.
Os indivíduos homozigóticos ii não sintetizam antígenos específicos para grupos sanguíneos do sistema ABO; contudo, possuem a capacidade de sintetizar os dois tipos de anticorpos: A e B.
Genótipos
Fenótipos
Hemácias
Plasma
AA ou IAIA
AO ou IAi
Grupo A
Produção de antígeno do tipo A
Presença de anticorpo B
BB ou IBIB
BO ou IBi
Grupo B
Produção de antígeno do tipo B
Presença de anticorpo A
AB ou IAIB
Grupo AB
Produção de ambos os antígenos
Ausência de ambos os antígenos
OO ou ii
Grupo O
Não há produção dos antígenos referidos
Presença de anticorpos A e B
Também há outra proteína que procede como antígeno e que também está localizada na membrana das hemácias, que é o fator Rh. Nem todos os indivíduos possuem esta proteína, sendo que os que a apresentam são conhecidos como Rh positivos, enquanto as que não a apresentam são conhecidos como Rh negativos.
O nome Rh é oriundo de sua descoberta, uma vez que esta proteína foi primeiramente identificada no macaco Rhesus (atualmente conhecido pelo nome científico de Macaca mulatta) e identificado nos seres humanos somente tempos depois.
Este fator funciona independentemente do sistema ABO. O aglutinogênio Rh ou antígeno Rh possui produção condicionada pela ação dos genes específicos. A herança do fator Rh não se deve somente a 1 par de alelos, mas sim à atividade concomitante de 3 pares de alelos em cada indivíduo, sendo todos localizados no mesmo cromossomo (alelos C, D e E). Cada um desses genes apresenta o seu alelo recessivo correspondente. Foi observado, no entanto, que o par D é o responsável pela produção da maior parte do aglutinogênio conhecido como RH. Por esse motivo, o termo fator Rh pode ser substituído por fator D, sendo utilizados os termos antígeno D ou algutinogênio D e anticorpo anti-D ou algutinina anti-D.
Vale ressaltar que a produção de aglutininas anti-D tipicamente ocorre apenas em indivíduos D- após exposição à transfusão de sangue errada, com D+. Contudo, existe outra possibilidade de um indivíduo se sensibilizar ao fato D mesmo sem transfusão de sangue. Isso ocorre em uma mulher que possui Rh- ou D- que gera um filho Rh+ ou D+. Normalmente, durante a gestação, quando não há lesão na placenta, não há a passagem de hemácias do sangue do feto para a circulação materna. Todavia, após o parto, quando há o deslocamento da placenta, a mesma deixa na cavidade uterina um considerável volume de sangue fetal, D+. Neste momento, os vasos sanguíneos da mãe estão expostos, ocorrendo uma invasão de hemácias com o fator D+ do sangue fetal. A partir desse momento, o organismo da mulher passa a sintetizar os anticorpos anti-D.

Transfusões e Incompatibilidade Sanguínea

Nos procedimentos de transfusão sanguínea, é imprescindível que se conheça o tipo sanguíneo do receptor e do doador, uma vez que em casos de incompatibilidade sanguínea pode haver aglutinação do sangue, podendo levar à morte.
O antígeno A não pode entrar em contato com o anticorpo A, pois caso isso aconteça ocorrerá uma reação de coalescência entre as moléculas do anticorpo e as moléculas do antígeno, implicando na aglutinação das hemácias e destruição das mesmas. O mesmo ocorre se o antígeno B entrar em contato com o anticorpo B.
Deste modo, o quadro seguinte mostra quais as possíveis trocas sanguíneas por doação e recepção no sistema ABO. Na prática, também é importante conhecer o fator Rh (fator D) dos sangues.
Grupo Sanguíneo
Pode doar para:
Pode receber de:
A
A e AB
A e O
B
B e AB
B e O
AB
AB
A, B, AB, O
O
O, A, B, AB
O
Uma vez que os portadores do sangue O podem doar sangue para todos os grupos do sistema ABO, estes são considerados doadores universais. Já os indivíduos AB que podem receber sangue de qualquer grupo são conhecidos como receptores universais. Contudo, na realidade estas expressões podem ser utilizadas somente quando associadas ao fator Rh. Sendo assim, o verdadeiro doador universal é o indivíduo que possui sangue O Rh-, enquanto que o verdadeiro receptor universal é quem possui sangue AB Rh+.

Vinho Viognier

Vinho Viognier

Viognier é uma casta de uva branca, sendo a única uva permitida no vinho francês Condrieu. A origem da casta é desconhecida. Acredita-se que ela seja uma uva ancestral, provavelmente originária da Dalmácia, na Croácia, tendo sido levada para o vale do Ródano. Uma lenda famosa diz que Probo, o imperador romano, levou a videira para a região em 281. Algumas outras histórias falam de um carregamento de Syrah que levou, por engano, exemplares da Viognier, e foi saqueado por um grupo conhecido como culs de piaux, na região que hoje é o Condrieu.

A origem do nome também é um tanto misteriosa. Uma das teorias mais aceitas é que ela faz relação à cidade francesa de Vienne, que já foi um importante entreposto romano. Outra teoria fala que o nome veio da pronúncia romana da “via Gehennae” , que significa “Vale do Inferno”, o que, provavelmente, seria uma alusão à dificuldade para cultivar essa uva. A Viognier já foi uma casta bastante comum, mas hoje é uma uva rara que é cultivada quase que exclusivamente nas regiões ao norte do Ródano, na França. Em 1965, a uva foi quase extinta, quando haviam apenas oito acres plantados dela. Eventualmente, a sua popularidade cresceu, e o seu vinho ficou mais caro, o que fez aumentar a quantidade de plantações. O Ródano hoje tem mais de 740 acres plantados da Viognier. Em 2004, pesquisas genéticas realizadas na Universidade da California, mostraram que a Viognier possui um alto grau de parentesco com a uva Freisa, além de ser uma prima genética da Nebbiolo.
A Viognier pode ser uma uva bem difícil de ser cultivada por ser muito vulnerável ao oídio. Além disso, ela apresenta uma baixa e imprevisível produção, e só devem ser colhidas quando estão num perfeito estado de maturação. Se colhidas mais cedo, o vinho não consegue desenvolver ao máximo seus aromas e sabores, se colhida muito tarde, a uva produz um vinho oleoso e com pouquíssimos aromas. Quando maduras, as frutas apresentam um amarelo profundo, e produz um vinho alcoólico com fortes aromas. As videiras preferem ambientes com longas estações quentes, mas também podem ser cultivadas em lugares mais frios. As videiras da Viognier costumam atingir o seu melhor nível entre 15 e 20 anos. Porém, no Ródano, é possível encontrar videiras com mais de 70 anos.
Os vinhos da Viognier são conhecidos pelo seu peculiar aroma floral, devido aos seus terpenos. Muitos outros aromas florais e frutados podem ser adicionados dependendo de como e onde a videira foi cultivada, além da própria idade da planta. Os vinhos podem ser consumidos novos, mas aqueles que são feitos com uvas de videiras antigas devem ser envelhecidos. Alguns Viognier tendem a perder alguns de seus aromas florais já após os três ou cinco anos. A sua coloração e aroma sugerem um vinho doce, mas os vinhos Viognier são predominantemente secos. É uma uva com pouca acidez, e é muitas vezes usada para suavizar a acidez de vinhos como aqueles feitos com Syrah. Além de seu efeito suavizante, a uva também pode melhorar o aroma do vinho tinto.
Geralmente, o vinho deve ser consumido quando jovem, devido à sua característica de perder seu perfume único com o passar dos anos. Dependendo do estilo de vinificação, a uva pode alcançar seu melhor com um ano de idade, e algumas podem permanecer nesse nível por até dez anos. Tipicamente, os vinhos Condrieu devem ser consumidos quando jovem, enquanto os californianos e australianos podem suportar algum envelhecimento. A natureza aromática e frutada do vinho Viognier o faz combinar com muitos pratos, incluindo alguns muito apimentados, como os da cozinha tailandesa. Esse vinho também costuma ir bem com frutos do mar grelhados, além de pratos com frutas.
A Viognier tem sido fortemente cultivada pelo mundo desde o começo dos anos 1990. Tanto a Califórnia, nos Estados Unidos, quanto a Austrália, têm significantes áreas dedicadas à produção dessa uva. A decadência da uva na Europa tem muito a ver com a desastrosa introdução dos insetos da Filoxera vindos da América do Norte para a Europa no fim do século XIX, além de todos os outros problemas econômicos causados pela Primeira Guerra Mundial. Hoje, a uva tem tido algum sucesso em algumas regiões italianas, África do Sul, Nova Zelândia, Grécia e Japão. Porém, mas regiões mais importantes são as que seguem:
França: É a única uva permitida nos vinhos Condrieu e no Château Grillet, que são produzidos na margem oeste do Ródano, há cerca de 40 quilômetros de Lyon. Na região do Ródano, a Viognier normalmente é misturada com Roussanne, Marsanne, Grenache Blanc e Rolle. Os produtores beneficiam a videira plantando-a em solos ricos em granito, que são melhores para reter o calor.
América do Norte: Desde o fim dos anos 1980, plantações de Viognier nos Estados Unidos e Canadá cresceram drasticamente. A Califórnia é a líder em produção, com mais de 2.000 acres plantados. Os vinhos Viognier californianos costumam ser mais alcoólicos que outros feitos com essa uva. Em 2011 foi escolhida como a uva oficial da Virginia.
América do Sul: Tanto a Argentina quanto o Chile têm importantes plantações da Viognier. Produtores do Brasil e Uruguai estão em fases de experimentação da uva.
Austrália: Aqui, Yalumba é o principal e maior produtor da uva, fazendo vinhos brancos varietais além do uso extensivo para a suavização dos vinhos da Syrah.

Vinho Malvasia

Vinho Malvasia

Malvasia é o nome dado a um grupo de variados tipos de uvas, tradicionalmente cultivadas na região do Mediterrâneo, e nas Ilhas Baleares, Canárias e da Madeira, mas já cultivada em muitas regiões produtoras de vinho no mundo. No passado, os nomes Malvasia, Malvazia, e Malmsey eram usados alternadamente para qualquer vinho Malvasia, porém, na enologia moderna, o nome Malmsey é usado quase que exclusivamente para uma variedade doce do Vinho da Madeira, feito com uvas Malvasia. As variedades de uvas que compõe essa família incluem as Malvasia Bianca, Malvasia di Schierano, Malvasia Negra, Malvasia Nera e Malvasia Nera di Brindisi. Essas uvas são usadas para a produção de vinhos branco de mesa, raramente tintos de mesa, vinhos de sobremesa e vinhos encorpados, varietalmente ou como parte de uma mistura de uvas, como no caso do italiano Vino Santo.

A maioria dos ampelógrafos acreditam que a família de uvas tem uma origem ancestral, muito provavelmente da Grécia. Acredita-se que o nome Malvasia derive de Monembasia, um fortaleza veneziana na costa da Lacônia, conhecida em italiano por “Malvasia”. Esse lugar teria funcionado como um entreposto comercial para a comercialização de vinhos produzidos no leste do Peloponeso, e talvez alguns vindos dos Cíclades. Durante a Idade Média, os venezianos se tornaram tão famosos com as vendas dos vinhos Malvasia, que as lojas que vendiam vinhos na cidade de Veneza, eram chamadas de malvasie. Uma outra teoria, porém, diz que o nome é derivado do distrito de Malevizi, próximo à cidade de Iráclio, em Creta. Estudos com o DNA da Malvasia comprovou que ela é “filha” da uva Athiri, uma outra uva ancestral grega.
A maioria das variedades da Malvasia são muito ligadas à Malvasia Bianca. Uma importante exceção é uma variedade conhecida como Malvasia di Candia, que é uma variedade de Malvasia bastante peculiar. A Malvasia Bianca é cultivada por várias partes do mundo, em lugares como a Itália, Estados Unidos, Grécia, Ilhas Canárias e Espanha. Na Itália, a Malvasia é geralmente misturada à uva Trebiiano para adicionar sabor e textura ao vinho. Na Espanha ela tem um papel semelhante, sendo misturada à uva Viura.
Variedade Croata
Malvazija Istarska: Ganhou esse nome por causa da península de Istria, dividida pela Croácia, Eslovênia e Itália. Representa um dos principais vinhos brancos da parte croata de Ístria e Dalmácia. A videira foi introduzida na área por mercadores venezianos, que levaram mudas gregas.
Variedades Italianas
Malvasia Istriana: O nome também vem da península de Ístria. Aqui, videira foi introduzida da mesma forma que na Croácia. Essa variedade é usada para fazer espumantes localmente conhecidos como champagnino, “pequeno Champagne”.
Malvasia di Grottaferrata, Malvasia di Bosa, Malvasia di Planurgia:
No século XIX e em meados do século XX, o estilo doce do passito feitos com Malvasia ganharam muita popularidade, sendo considerado um dos melhores vinhos italianos. Após a Segunda Guerra Mundial, a falta de interesse do consumidor no mercado de vinhos italianos, levou a produção a um drástico declínio, quase provocando a extinção de muitas variedades, incluindo a Malvasia di Grottaferrata.
Malvasia delle Lipari: Desde a década de 1980, os vinhos de sobremesa feitos com a Malvasia delle Lipari têm crescido de popularidade nas ilhas vulcânicas ao nordeste da Sicília. Com particulares notas laranja, essa variedade teve seu apogeu logo antes da catástrofe da epidemia de filoxera, época em que cerca dez milhões de litros eram produzidos anualmente.
Malvasia Nera: Enquanto a maioria das variedades de Malvasia produzem vinho branco, a Malvasia Nera é uma uva que produz vinhos tintos, que é geralmente usada em misturas na Itália, com sua valiosa cor escura e qualidades aromáticas que podem adicionar ao vinho. Essa variedade é muito conhecida por causa de suas notas de chocolate, e ricos aromas de ameixas negras, e outros aromas herbáceos.
Malvasia di Candia, Malvasia Puntinata, Malvasia di Lazio: A região de Lazio é a fonte principal de cultivo dessas variedades, uma sub-variedade derivada da Malvasia Bianca. É basicamente usada para misturas, com as Malvasia Puntinata e Malvasia di Lazio sendo muito valorizadas por sua alta acidez e sua capacidade de produzirem vinhos menos flácidos.
Variedades Portuguesas
Existem pelo menos doze variedades em Portugal conhecidas como Malvasia, que podem, ou não, serem relacionadas à Malvasia original. As principais variedades são as que seguem.
Malvasia Fina: Em 2004, haviam mais de 18 mil hectares de Malvasia Fina plantados em Portugal, que também é conhecida como Boal. Plantações de Malvasia Fina são facilmente encontradas na região do Douro, onde é uma uva permitida na produção do Vinho do Porto branco;
Malvasia Candida: Essa variedade, que não tem qualquer relação com a Malvasia di Candia, é historicamente cultivada na Ilha da Madeira, sendo usada para produzir os vinhos mais doces da Madeira, conhecidos como Malmsey;
Malvasia Rei: A variedade Malvasia Rei é, supostamente, a uva Palomino, cultivada na Espanha. Em Portugal, essa variedade é cultivada nas regiões do Douro, Beiras e Lisboa;
Malvasia Corada: É usada no Douro para a produção de um vinho branco misterioso conhecido como Vital. Não se sabe se é realmente parente da verdadeira Malvasia;
Malvasia da Trincheira: É um sinônimo da uva branca do Porto, chamada Folgasão.
Variedade Eslovena
Istrska Malvazija ou Malvazija: Na Ístria eslovena, a Malvasia é cultivada na região de Koper. Uvas muito maduras resultam num vinho de sobremesa com açúcares não fermentados e com alto teor alcoólico, chamado de Malvasia Doce, que na região é chamado de Sladka Malvazija.
Com tantas variedades distintas da família da Malvasia , é quase impossível criar uma generalização para toda a família. A maioria das variedades são derivadas da Malvasia Bianca, o que se caracteriza por suas cores profundas, características aromáticas, e a presença de açúcar residual. As variedades tintas, tendem a produzir um vinho pálido, com tonalidades que vão do rosa a um vermelhe bem fraco. Quando jovem, os vinhos Malvasia se caracterizam por seu perfil encorpado com uma textura macia na boca. Aromas comuns associados à Malvasia incluem pêssego e damasco. Alguns vinhos tintos se caracterizam por sua riqueza nas notas de chocolate. Malvasia fortes como o Madeira, são conhecidos por suas intensas notas de fumaça e uma acentuada acidez. Quando o vinho envelhece, eles tendem a ganhar sabores e aromas de nozes, apesar da maioria dos vinhos não terem uma longa vida. Os vinhos geralmente combinam bem com saladas, frituras, frutos do mar e frutas asiáticas.

Fotoperiodismo

Fotoperiodismo

É muito frequente ouvirmos dizer que determinada planta floresce em março, outras em outubro, e assim sucessivamente. Essa característica comportamental das plantas começou a ser explicada no início do século XX pelos cientistas estadunidenses Wightman Wells Garner e Harry Ardell Allard e recebeu o nome de fotoperiodismo.

Garner e Allard iniciaram seus estudos com plantas de uma espécie de soja e de uma espécie de tabaco, o que lhes permitiu verificar que a floração dessas variedades apenas ocorria quando o período iluminado do dia fosse inferior a um dado número de horas. Ao analisarem outras espécies, os cientistas chegaram à conclusão de que a influência do fotoperiodismo no processo de floração varia conforme a espécie e que as plantas podem ser classificadas, basicamente, em três tipos quanto ao comportamento de floração:
  • Plantas de dia-curto: são aquelas que florescem quando o período iluminado tem duração menor que um dado número de horas, o que recebe o nome de fotoperíodo crítico. Normalmente, tais plantas florescem no início do outono ou da primavera, como é o caso do morangueiro.
  • Plantas de dia-longo: são plantas que florescem quando o período iluminado tem uma duração superior ao fotoperíodo crítico. Geralmente, essas plantas florescem no verão, como ocorre com a alface e o espinafre.
  • Plantas indiferentes: são as plantas cuja floração não depende do fotoperiodismo. Em situações como estas, a floração se dá por meio de outros estímulos, como é o caso do tomateiro e do feijão de corda.
Atualmente sabe-se que, na verdade, o que interfere no fotoperíodo não é o período de iluminação, mas sim o período ininterrupto de escuridão em relação ao período iluminado. Dessa forma, seria mais adequado classificar as plantas como plantas de noite-longa, e não de dia-curto, por exemplo.
O fenômeno do fotoperiodismo é ditado pela atuação do fitocromo, uma proteína de cor azul-esverdeada que controla a floração de diversas espécies de plantas. Uma molécula de fitocromo é capaz de adquirir duas formas interconversíveis, ou seja, que podem transformar-se uma na outra: o fitocromo Pr e o fitocromo Pfr. O fitocromo Pr converte-se em fitocromo Pfr quando absorve luz vermelha de comprimento de onda de aproximadamente 660 nm. O fitocromo Pfr, por sua vez, converte-se em fitocromo Pr, quando absorve luz vermelha de comprimento de onda um pouco mais longo, na faixa de 730 nm, ou na escuridão (conversão lenta).
Em plantas de dia-curto, o fitocromo Pfr funciona como um inibidor da floração. Sendo assim, elas florescem apenas durante as estações do ano em que as noites são longas, pois, no decorrer do período prolongado de escuridão, o fitocromo Pfr transforma-se em fitocromo Pr, deixando de inibir a floração. Já nas plantas de dia longo, o Pfr é responsável por induzir a floração. Dessa maneira, as plantas florescem apenas em períodos breves de escuridão, de forma que não seja possível haver a conversão completa do fitocromo Pfr em Pr (o que inibiria a floração). Nos períodos do ano em que as noites são longas, as plantas de dia-longo não podem florescer porque todo o fitocromo Pfr é convertido em Pr, tornando impossível a indução da floração.
Em linhas gerais, o termo fotoperiodismo é hoje empregado para explicar qualquer resposta biológica que seja influenciada pela relação entre a duração do período iluminado e o período de escuridão dentro de um ciclo de 24 horas, não só para as plantas, mas para todas as formas de vida.

Fixação de Nitrogênio por Bactérias

Fixação de Nitrogênio por Bactérias

O conhecimento científico da natureza e de suas leis tem sido um dos pilares do desenvolvimento humano, pois traz alento à incessante insatisfação desta espécie em torno de sua própria condição. Uma vez que, mesmo sob certa limitação, compreende-se uma realidade em um contexto mais amplo, inequivocamente sente-se melhor adaptado nesta.

Há uma grande quantidade de gás nitrogênio (N2) na atmosfera, mas as plantas são incapazes de utilizá-lo, pois o N2 é muito estável termodinamicamente e, consequentemente, inerte. Sua estabilidade é devido à sua tripla ligação entre os dois átomos de nitrogênio que compõe a molécula, resultando em uma elevada energia de dissociação. As energias e distâncias de ligação nas espécies diatômicas de nitrogênio são reunidas na Tabela 1.

O solo fértil contém nitrogênio combinado, principalmente na forma de nitratos, nitritos, sais de amônio ou uréia, CO(NH2)2. Esses compostos são absorvidos da água do solo pelas raízes das plantas em um processo conhecido como fixação do nitrogênio. Algumas poucas espécies de bactérias e cianobactérias podem “fixar” o nitrogênio atmosférico, ou seja, transformar o N2 gasoso em compostos de nitrogênio; nitratos ou sais de amônio.
O gênero mais importante dessas bactérias é o Rhizobium. Elas vivem em simbiose nos nódulos das raízes das plantas da família das leguminosas, por exemplo, ervilhas, feijão, trevo e amieiro. Outras bactérias nitrificantes vivem livres no solo, por exemplo as bactérias aeróbicas tais como Azobacter e Beijerinckia, e as bactérias anaeróbicas como Clostridium pastorianum. Essas bactérias necessitam de pequenas quantidades de certos metais de transição como molibdênio, ferro, cobalto e cobre, e também de boro do solo.
A enzima fixadora de nitrogênio “nitrogenase” foi isolada do Clostridium pastorianum em 1960: o mesmo sistema enzimático é responsável pela fixação de nitrogênio nas demais bactérias. A nitrogenase contém dois componentes. Um deles é uma proteína de molibdênio e ferro, de massa molecular 220.000 g, contendo 24-32 átomos de ferro, dois de molibdênio e um grupo sulfeto lábil. O outro é uma ferro-proteína de massa molecular 60.000 g, contendo 4 átomos de ferro e 4 de enxofre. A nitrogenase reduz N2 a amônia (NH3).
Como mecanismo de fixação, o qual ainda não está totalmente elucidado, supõe-se que o N2 forma um complexo com a proteína de ferro e molibdênio (Fe-Mo). A coordenação de apenas um dos átomos de nitrogênio ao metal é favorecida nos complexos de N2. Nesse caso, a doação do par de elétrons do nitrogênio ao metal formando uma ligação k é mais importante que a retrodoação do metal para o nitrogênio. A nitrogenase também é capaz de reduzir N2O, RCN e N3- a NH3; reduz-se também etino, C2H2, a eteno, C2H4.

Taenia Saginata

Taenia Saginata

Fase larval: Cysticercus bovis

Local de predileção: Intestino delgado (hospedeiro definitivo= homem); músculo, fígado, rim (hospedeiro intermediário=bovinos).
Descrição macroscópica: o verme adulto é encontrado apenas em seres humanos e varia de 5-15m de comprimento. O escólex, excepcional entre as espécies de Taenia, não possui rostelo nem ganchos. No bovino, o cisticerco maduro, C. bovis, é branco acinzentado, oval, tem cerca de 0,5-1,0-0,5cm de comprimento e é preenchido com fluido no qual o escólex em geral é claramente visível. Como no verme adulto, não possui rostelo e nem ganchos.
Descrição microscópica: o útero do proglotes gravido tem 15-30 ramificações laterais em cada lado da haste central, ao contrario de Taenia solium com apenas 7-12 ramificações laterais. Os proglotes grávidos podem conter cerca de 100.000-200.000 ovos, cada um sendo aproximadamente circular com casca espessa lisa medindo 30-50 x 20-30µm.
Uma subespécie Taenia saginata asiática possui rostelo e protuberâncias posteriores nos segmentos e 11-32 botões uterinos. Os metacestóides são pequenos, com cerca de 2mm, e possuem rostelo e duas fileiras de ganchos primitivos, sendo os da fileira exterior numerosos e minúsculos.
Ciclo de vida: Um ser humano infectado pode eliminar milhões de ovos diariamente, livres nas fezes ou como segmentos intactos, cada um contendo cerca de 250.000 ovos, e estes podem sobreviver no pasto por vários meses. Após a ingestão por um bovino suscetível, a oncosfera segue pelo sangue para o musculo estriado. Ela é primeiro macroscopicamente visível cerca de 2 semanas depois como uma mancha pálida semitransparente com cerca de 1mm de diâmetro, mas não é infectante para o homem até cerca de 12 semanas mais tarde, quando atingiu seu tamanho total de 1cm. Até lá ela fica englobada pelo hospedeiro em uma capsula fibrosa fina, mas apesar disso o escólex geralmente ainda pode ser observado. A longevidade dos cistos varia de semanas a anos. Quando eles morrem, geralmente são substituídos por uma massa caseosa enrugada, que pode tornar-se calcificada. Tanto cistos vivos quanto mortos frequentemente estão presentes na mesma carcaça. Seres humanos infectam-se por ingestão de carne crua ou inadequadamente cozida.
Patogenia: Embora Cysticercus bovis possa ocorrer em qualquer lugar nos músculos estriados, as localizações de predileção, pelo menos do ponto de vista de inspeção de rotina de carnes, são o coração, a língua e os músculos masseter e intercostais. Em condições naturais, a presença de cisticercos nos músculos dos bovinos não está associada a sinais clínicos, embora excepcionalmente bezerros que receberam infecções maciças de ovos de Taenia saginata tenham desenvolvido miocardite grave e insuficiência cardíaca associadas a cisticercos que se desenvolvem no coração.

Taenia hydatigena

Taenia hydatigena

A Taenia hydatigena ou Taenia marginata, tem seu metacestódeo chamado de Cysticercus tenuicollis, seu local de predileção é a cavidade abdominal e fígado em seus hospedeiros intermediários e no intestino delgado de seus hospedeiros definitivos. Seus hospedeiros definitivos são os cães e seus hospedeiros intermediários são os ovinos, os bovinos, os cervos, os suínos e os equinos.

O adulto é um cestódeo grande que mede até 5m de comprimento. O escólex é grande e tem duas fileiras de 26 e 46 ganchos rostelares. Os proglotes grávidos têm 12×6 mm e o útero tem cinco a dez ramos laterais. O metacestódeo maduro (Cysticercus tenuicollis) tem cerca de 5-8 cm de diâmetro e contem um único escólex invaginado (verme bexiga) com pescoço longo. Os ovos são ovais ou elípticos e medem 36-39 x 34-35µm.
Cães e canídeos silvestres são infectados consumindo o cisticerco no hospedeiro intermediário. Caso não sejam tratados, o hospedeiro final pode albergar tênias por vários meses até um ano ou mais. O hospedeiro intermediário é infectado pela ingestão de ovos da tênia, que eclodem no intestino. As oncosferas, infectantes para ovinos, bovinos e suínos são transportadas pelo sangue para o fígado, no qual migram por cerca de quatro semanas antes de sua emergência na superfície deste órgão e aderem ao peritônio. Dentro de quatro semanas, cada uma delas se desenvolve em metacestódeos caracteristicamente grandes, Cysticercus tenuicollis.
Infecções intensas em cordeiros jovens podem causar hepatite e morte. Ocasionalmente os cisticercos em desenvolvimento são destruídos no fígado, de forma presumível em bovinos previamente expostos a infecção, nesses casos, a superfície subcapsular do fígado é guarnecida de nódulos verdes com cerca de um cm de diâmetro. Infecção grave do fígado ou dos tecidos pode resultar em condenação do fígado/da carcaça em abatedouros. Os cisticercos maduros na cavidade peritoneal geralmente são benignos. Imunidade concomitante, adquirida a partir da infecção primaria, pode ocorrer em hospedeiro intermediário permitindo aos metacestódeos sobreviver no hospedeiro, apesar deste ser resistente a reinfecção.
Cães com tênias adultas geralmente são assintomáticos mas em infecções maciças podem haver distúrbios gastrointestinais como diarreia, dor abdominal e prurido anal que resulta da migração dos proglotes a partir da área perianal. Ruminantes infectam-se em pastos e forragens contaminados com fezes caninas que albergam ovos de Taenia hydatigena. Existe um ciclo no lobo e na rena em latitudes setentrionais em que os metacestódeos são encontrados no fígado do hospedeiro intermediário, e cães podem ser infectados como hospedeiros definitivos. O hospedeiro definitivo pode abrigar tênias de vários meses a um ano ou mais.

Ritmos Circadianos

Ritmos Circadianos

Também conhecido como ciclo circadiano, o ritmo circadiano representa o período de um dia (24 horas) no qual se completam as atividades do ciclo biológico dos seres vivos. Uma das funções deste sistema é o ajuste do relógio biológico, controlando o sono e o apetite.

Através de um marca-passo interno que se encontra no cérebro, o ritmo circadiano regula tanto os ritmos materiais quanto os psicológicos, o que pode influenciar em atividade como: digestão em vigília, renovação de células e controle de temperatura corporal.
A área do cérebro onde este relógio que monitora o ciclo de atividades do corpo humano fica é o núcleo supraquiasmático, que fica pouco acima das glândulas pituitárias, no hipotálamo, região cerebral que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino.
De acordo com alguns estudos recentemente publicados, existem outros fatores que implicam no funcionamento do ritmo circadiano. Eles estão relacionados ao ciclo da Lua, as marés, dinâmica climática da Terra pelas correntes marítimas e eólicas. Assim, o ritmo circadiano não se resume à questão da fisiologia, tornado-se um campo aberto em que fatores astronômicos, ecológicos e geológicos apresentam efetiva influência.
Nas aproximadas vinte e quatro horas em que se baseia o ritmo circadiano, cara órgão do corpo humano manifesta o seu pico de funcionamento, período em que é realizada a auto-limpeza do corpo. Assim, a cada duas horas, divididas entre as 24, um órgão necessita da utilização de mais energia.
As atividades dos órgãos estão divididas da seguinte forma:
A grande importância do conhecimento das funções e atividades do Ciclo Circadiano está em analisar o comportamento do corpo e obsevar anomalias frequentes que ocorrem no mesmo período entre as 24 horas do ciclo. Desta forma, pode-se dizer em que estrutura corpórea ocorre algum tipo de desequilíbrio.

Echinococcus granulosus

Echinococcus granulosus

O nome comum do Echinococcus granulosus é tênia anã do cão, seu local de predileção é fígado e pulmões nos hospedeiro intermediário, que são os ruminantes domésticos e silvestres, homem e primatas, suínos e lagomorfos; e intestino delgado nos hospedeiro definitivo que são os cão e muitos canídeos silvestres. O cestódeo adulto tem apenas cerca de 6 mm de comprimento e, portanto, é difícil encontra-lo no intestino recém-aberto. Ele consiste em um escólex e três ou quatro segmentos, o terminal grávido ocupando cerca de metade do comprimento de todo o cestódeo. A fase larval representada pelos cistos “hidáticos” são grandes vesículas repletas de fluido, de 5-10 cm de diâmetro, com cutícula espessa concentricamente laminada e camada germinativa interna.

No ciclo de vida, o período pré-patente no hospedeiro definitivo é ao redor de 40-50 dias, após os quais apenas um segmento grávido é liberado por semana. As oncosferas são capazes de sobrevivência prolongada fora do hospedeiro. Após ingestão pelo hospedeiro intermediário, a oncosfera penetra na parede intestinal e chega ao fígado pelo sangue ou aos pulmões pela linfa. Esses são os locais mais comuns para o desenvolvimento larvar. O crescimento da hidátide é lento, atingindo a maturidade em torno dos 6-12meses. No fígado e nos pulmões, o cisto pode ter o diâmetro de até 20cm, mas em localizações mais raras, como a cavidade abdominal, onde o crescimento irrestrito é possível, ele pode ser muito grande e conter vários litros de fluido. A cápsula do cisto consiste em uma membrana externa e em um epitélio germinativo interno a partir do qual, quando o crescimento do cisto já está quase completo, vesículas filhas realizam brotamento, cada uma delas contendo diversos escóleces.
A infecção em bovinos ou ovinos em geral não está associada a sinais clínicos. A infecção humana pode resultar em desconforto respiratório ou aumento de volume abdominal, dependendo de haver a presença ou não de infecção nos pulmões ou no fígado. A presença de hidátides como entidade clinica raramente é suspeitada em animais domésticos e diagnostico especifico nunca é solicitado. O diagnostico de infecção em cães com cestódeos adultos é difícil, porque os segmentos são pequenos e eliminados aos poucos. Quando encontrados, a identificação baseia-se em seu tamanho (2-3 mm), no formato ovoide e no poro genital único.
Em alguns países, os esquemas de controle têm envolvido a administração de anti-helmínticos purgativos nos cães, de maneira que o cestódeo inteiro é expelido pelo muco e pode ser procurado nas fezes. Se puder ser feita necropsia, deve-se abrir o intestino delgado e imergi-lo em um pouco de agua rasa, quando os vermes aderidos poderão ser vistos como pequenas papilas delgadas. Foram desenvolvidos testes imunodiagnósticos que se baseiam na técnica de ELISA para detecção de anticorpos contra o antígeno nas fezes.

Aminoácidos e Nitrogênio

Aminoácidos e Nitrogênio

O homem tem buscado, ao longo da história, tornar-se capaz de compreender os fenômenos que regem a vida e o universo, utilizando como ferramentas principais a observação direta e a interpretação lógica daquilo que observa. Seu desejo então passa a ser o de submeter suas observações à experimentação, para que cada vez mais sinta-se localizado em seu ambiente. O elemento químico nitrogênio, em particular, merece destaque nesse ínterim, uma vez que está na base de todo organismo vivo, compondo o que chamamos de aminoácidos.

O nome desse elemento provém do grego e significa “formador de nitron”, onde “nitron” se refere ao nitrato de potássio, KNO3. Em francês, o nome para o nitrogênio é azoto, que significa “sem vida”. (O pioneiro químico francês A. L. Lavoisier observou que um rato morreu quando mantido em atmosfera de nitrogênio.) Os sais de amônio e os nitratos eram conhecidos dos primeiros alquimistas, que também prepararam o que deveria ser o ácido nítrico.1
O nitrogênio ocorre na terra como o principal constituinte do ar atmosférico, aproximadamente 78% em volume. Compostos inorgânicos do nitrogênio não são comumente encontrados como minerais, pois a maioria deles é solúvel em água. Em alguns locais de clima seco (ou que no passado tiveram clima seco) existem jazidas de nitratos, geralmente nitratos impuros de sódio ou potássio.
O nitrogênio é encontrado em compostos orgânicos em todos os seres viventes, animais e plantas. Proteínas, por exemplo, são moléculas gigantes, cujas peças constituintes são compostos contendo nitrogênio chamados aminoácidos.1,2 Um exemplo de um aminoácido simples é o ácido aminoacético, ou glicina, representado ao lado.
A fonte de nitrogênio combinado na matéria viva é, em última análise, a atmosfera, embora o gás nitrogênio (N2) não seja diretamente útil na síntese de proteínas. Uma das consequências das tempestades elétricas é, entretanto, a produção de pequenas quantidades de nitratos (NO3-) e nitritos (NO2-), que são arrastados para a terra pela chuva. Além disso, certas bactérias no solo e raízes de algumas plantas, especialmente os legumes, convertem o nitrogênio atmosférico em nitrogênio orgânico, que é então transformado por outras bactérias em nitrato, a forma de nitrogênio mais usada pelas plantas na síntese de proteínas, processo conhecido por “fixação”.
A diminuição do nitrogênio atmosférico é compensada pela produção de N2 por certas bactérias do solo e pela degradação de material protéico de plantas e animais. Existe uma interrelação complexa envolvendo o N2 da atmosfera, o NO3-, NO2- e o cátion amônio (NH4+) do solo e o nitrogênio orgânico das bactérias e organismos de grande porte. Essa relação, o ciclo do nitrogênio, mantém o conteúdo do nitrogênio atmosférico constante.