sexta-feira, 18 de maio de 2012

Bico-de-lacre

Bico-de-lacre

Introduzido no Brasil por marinheiros de navios mercantes, o bico-de-lacre proliferou abundantemente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Ave de pequeno porte, cerca de 13 cm de comprimento por 14cm de envergadura, possui uma cor acastanhada no dorso e acinzentado no peito, com um bico vermelho e uma risca vermelha ao redor dos olhos e outra no peito. Muito semelhantes às fêmeas, os machos possuem um tom mais avermelhado no peito e a base infeiror da cauda preta.

Bico-de-lacre
Bico-de-lacre
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Estrildidae
Gênero: Estrilda
Espécie: Estrilda astrild
Os pássaros desta espécie gostam de viver em comunidade, não se importando com a presença de outras espécies, desde que sejam do mesmo porte. Calmos e coloniais, se adaptam facilmente ao convívio humano, sendo facilmente criados em cativeiro.
Granívoro, o bico-de-lacre ocasionalmente se alimenta de insetos, mesmo não sendo apreciadores desta iguaria, principalmente durante a reprodução, momento em que precisam de mais proteína. Não mostram sinais de competição pela comida com outras espécies, porém oferece um grande risco à plantações de arroz.
A postura dos ovos, normalmente entre 3 e 5 durante o ano,é feito em ninhos ovais ou esféricos, feitos de corda, penas e algodão. O casal incuba os ovos durante 13 dias até o nascimento dos filhotes, que ficarão no ninho por cerca de 21 dias. Esses filhotes possuem a plumagem incompleta e o bico vermelho, e só se alimentam sozinhos três semanas após saírem de seus ovos.
Algumas vezes o bico-de-lacre faz outros ninhos menores e, sobre o ninho de cria, um outro bastante visível, com a base apoiada sobre o mesmo. Acredita-se que a função deste último ninho seja a de despistar os predadores, desviando a atenção do ninho verdadeiro com os ovos.
Originário da África Meridional, o bico-de-lacre se adaptou facilmente ao cativeiro sendo que depois das primeiras posturas bem sucedidas, o casal terá outras bastante sucessivas. Os animais nascidos em cativeiro nidificam com mais facilidade, ao contrário de outras espécies.
Apesar do painço ser a base de sua alimentação, rações prontas com outras misturas podem ser encontradas em casas especializadas de animais.
Passeiformes, o bico-de-lacre pertence à família dos estrildidae, e passou a povoar também a Europa, além do Brasil, uma expansão provocada pelo homem provavelmente. Talvez por isso não seja uma espécie em risco de extinção.

Biguá

Biguá

O Biguá é uma ave da família dos falacrocoracídeos, o biguá habita a região que vai do México à América do Sul. Com uma plumagem escura e 75cm de comprimento, o biguá possui uma glândula uropigial, responsável pela secreção de uma substância impermeabilizadora de suas penas, tornando-as mais pesadas e com menos retenção de ar. Essa característica faz com que o biguá se torne um mergulhador mais rápido do que os demais pássaros, já que por ajudá-lo a livrar-se do ar durante o mergulho e liberar a água ao vir à tona, faz que o pássaro não gaste energia desncessariamente batendo as patas, podendo alcançar uma velocidade de 3.8 m/s. Isso faz do biguá um predador de alta eficácia na captura de peixes, quase um torpedo emplumado.

Biguá
Biguá
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Phalacrocoracidae
Gênero: Phalacrocorax
Espécie: P. brasilianus
Em questão de minutos, o biguá consegue realizar sucessivos mergulhos, que lhe rende dezenas de peixes, trabalhando em conjunto com outros biguás para encurralar o cardume contra a margem.
Diferente do que se pode pensar, os biguás não espantam os peixes durante sua ação de pesca. Pelo contrário, no Japão e na China eles são parceiros dos pescadores no sistema chamado de ukai, em que cada pescador leva dez biguás amarrados pelo pescoço com um corda, pela qual são controlados.
O biguá é adepto à pescarias coletivas e estratégicas, ladeando com outros biguá, todos no mesmo sentido, conseguindo assim bloquear canais e enseadas fluviais.
Basicamente piscívoros, uma vez que seu suco gástrico desagrega as espinhas de pequenos peixes, o biguá também se alimenta de moluscos, crustáceos e outros animais aquáticos.
As fezes do biguá, por serem ácidas, afetam o meio ambiente por danificarem as raízes e folhas das árvores, e até mesmo o solo. Quando o biguá mergulha ele defeca e, de suas fezes, é solta uma enzima que ajuda na manutenção da população de peixes.
Pedras, árvores e estacas à beira d’água são lugares bastante procurados por este exímio mergulhador para descansar e secar suas penas, enquanto que matas alagadas e matas ciliares, por vezes colônias de garças, são os habitats preferidos para nidificar sobre as árvores. A incubação de seus pequenos ovos, cobertos por uma crosta calcária branco-azulada, dura em torno de 24 dias.
O bigua é normalmente confundido com patos devida a aparência de suas patas com membranas e desprezados por serem tão comuns, daí a serem conhecidos também como pardais do rio. Sua plumagem escuro também não nos chama atenção como as penas coloridas de outros pássaros e tão pouco aguçam os caçadores, uma vez que os biguas não possuem muita carne.

Abutre

Abutre

Os abutres são aves de hábitos necrófagos, com grande envergadura, cauda pequena e cabeça desprovida de penas, bem como o longo pescoço. Esses pássaros possuem uma longevidade consideravel, podendo viver até 30 anos.

Abutre
Abutre
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Accipitridae
Seu majestoso voo em círculos, aproveitando correntes de ar quente para planar, pode ser visto frequentemente nos céus de regiões de clima quente ou temperado, um espetáculo que pode durar horas seguidas. Do alto o abutre vasculha o terreno em busca de alimento, graças à sua visão aguçada e o olfato sensível, característicos dos accipitrídeos.
Sua fisiologia é adequada para que se alimente, de modo que seu pescoço desnudo possa auxiliar a introdução da cabeça da carniça encontrada, enquanto que o bico, forte e curvo, se torna uma eficaz ferramenta para arrancar pedaços do couro de grandes herbívoros. Em seu seleto cardápio consta ainda restos de comida e excrementos, além de eventualmente algum animal vivo, já que diferente de outras aves de rapina, como o falcão e a águia, não caça presas vivas. Porém, quando um abutre encontra alimento, seja um animal morto ou agonizante, outros abutres voam em sua direção, mesmo estando a qulômetros de distância.
Esses pássaros possuem uma rígida estrutura social baseada no tamanho e na força do bico de cada animal. O abutre é obrigado a comer aonde encontra seu alimento, já que suas garras, apesar de bem desenvolvidas, e bico, encurvado e aguçado, não são potentes o suficientes para carregar a comida.
Os casais de abutre voam em dupla durante a época de procriação, porém não constroem um ninho, e sim buscam por um abrigo debaixo de rochas, árvores caídas ou cavernas, onde são depositados os vos, três no máximo. O casal de abutres, monogâmico e territorialista, tornam-se pais dedicados e juntos irão alimentar e cuidar da prole.
Na África, esses pássaros são considerados o símbolo do amor e da maternidade, graças ao voo em dupla e o fato da fêmea ser extremamente cuidadosa, respectivamente. Por sinal o abutre africano é o único que utiliza ferramentas, como pedras para quebrar a dura casca do ovo de avestruz. Esses pássaros, por sinal, viveram seus dias de animais sagrados no antigo Egito, quando se acreditava que, graças à altura alcançada em seus voos, podiam viver pertos dos deuses.
Os abutres, assim como outros accipitrídeos, possuem uma forte influência ecológica, dada à sua sensibilidade à poluição, o que faz destes pássaros bons indicadores da qualidade do ar.

Atobá

Atobá

O atobá é uma ave ciconiforme da família Sulidae, característica de mares tropiais e subtropicais, como a costa brasileira, por exemplo. Do porte de uma gaivota, com asas compridas e estreitas, possui uma plumagem cor café contrasta com a barriga branca, que quando filhote fica toda branca. Possui ainda uma cauda cuneiforme, grandes membranas nadatórias, em pés totipalmados, e um bico pontudo serrilhado, porém não apresenta narinas esternas, exceto quando ainda está na fase embrionária.

Atobá
Atobá
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Ciconiiformes
Família: Sulidae
Gênero: Sula
Espécie: S. leucogaster
Habitante de praias, ilhas e rochedos, o atobá se alimenta de peixes e crustáceos, que captura ao mergulhar. A alimentação deste exímio mergulhador, que pode atingir até 20m de profundidade, está baseada em sardinhas, anchovetas, maria-luisas e lulas.
Seus ninhos são feitos de gravetos secos, ossos de outras aves, ramos com folhas verdes e penas. Durante o período de incubação e no início da vida dos filhotes, o atobá adulto é bastante agressivo quando se trata de incursões em território, seja indivíduos de sua espécie, outras aves ou seres-humanos.
Em uma pesquisa realizada nas Ilhas Moleques do Sul foram encontrados cerca de 256 casais nidificados, sendo que 68,4% do esforço reprodutivo correspondia a ninhos com apenas um ovo, enquanto que os com dois ovos chegaram a 31,6% e apenas 0,3% dos ninhos continham três ovos.
Contudo, independente da quantidade de ovos postos por um atobá, apenas um filhote recebe atenção e foi criado pelos pais. Os demais ovos são uma espécie de margem de segurança, caso o primeiro ovo ou filhote não se desenvolva, dando continuidade ao processo reprodutivo. Ao eclodir o primeiro ovo, os demais são jogados para fora do ninho. O tempo de incubação de um ovo de atobá é de 45 dias, sendo que o primeiro ovo é posto cercad e 5 dias antes do segundo e assim por diante. O filhote é alimentado pelos pais,(ambos os sexos cuidam dos ovos e do filhote) por um período de aproximadamente 4 meses, com alimentos regurgitados, como peixes e lulas.
Os atobás procriam em colônias mistas localizadas costas ou ilhas oceânicas isoladas, dividindo o espaço com outras aves nmarinhas, como a fragata e o cormorão por exemplo. A marcação de seu território é feita após um ritual de acasalamento e então é feita a postura dos ovos.
Os atobás possuem uma diformidade sexual, o que torna as fêmeas maiores e mais pesadas do que os machos, e sua maturidade sexual e a plumagem adulta chega entre 2 e 6 anos de vida. Um atobá pode viver entre 10 e 20 anos.
Em algumas regiões, como o Peru, os atobás são caçados pelos ovos, penas e carne, sendo explorados comercialmente como fonte de guano, um adubo rico em nitrogênio e fosfato, produto da decomposição dos excrementos e cadáveres de aves marinhas.

Ornitologia

Ornitologia

Ornitologia é o ramo da Biologia que se incumbe de estudar as aves, bem como sua incidência na superfície terrestre, habitat, comportamento, características utilizadas para diferenciá-las umas das outras, de modo a possibilitar a classificação das espécies. O profissional de Ornitologia é denominado ornitólogo, que pode ser profissional, quando tem formação acadêmica, ou amador, que não tem formação e estuda as aves apenas por ter interesse.

Um dos primeiros estudiosos a escrever sobre as aves foi Aristóteles, no livro Sobre as Histórias dos Animais, obra esta que foi prosseguida alguns séculos depois pelo naturalista romano Caio Plínio Segundo, mais conhecido como Plínio, o Velho. Diversas outras obras registraram observações acerca das aves na Idade Média e no Início da Idade Contemporânea, mas o marco inicial do estudo das aves foi o estudo do naturalista inglês Francis Willughby, dado continuidade pelo seu colega, John Ray, que publicou em 1678 a obra Ornithology of F. Willughby.
O ornitólogo é responsável pelo estudo das aves em todos os âmbitos: nascimento, crescimento, participação na cadeia alimentar, acasalamento, reprodução, arquitetura do ninho, vôo, migração, comunicação, etc. Além disso, tais profissionais também estudam o processo evolutivo das aves, sua origem, semelhança com os antepassados, e a forma como as aves podem sofrer as alterações ecológicas futuramente.
As aves constituem um grupo de animais vertebrados, cuja principal característica é ter o corpo coberto por penas, além de habitarem todas as partes da superfície terrestre.
O comportamento das aves varia de acordo com a espécie, gênero, família e ordens, aspectos como o espaço, o ato de ciscar, esponjar, a proteção das penas, são muito importantes para compreender os mecanismos “sociais” das aves. Devido à criação em cativeiro, o comportamento das várias espécies vem sendo alterado com o passar do tempo.

Gado Senepol

Gado Senepol

A raça bovina Senepol teve origem por volta de 1918 no arquipélago de Ilhas Virgens, no Caribe, quando um pecuarista experimentou o cruzamento da raça britânica Red Poll com o gado N’Dama, originário de Senegal. O registro da nova raça aconteceu em 1940 e em 1954 foi registrado o nome Senepol.

Touro reprodutor da raça Senepol
No Brasil, os primeiros animais chegaram em 1998, quando pecuaristas importaram doses de sêmen da raça. Em 2000, surgiu a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol.

Adaptação do Senepol no Brasil

Apesar de recente no Brasil, o Senepol conquistou espaço significativo no plantel de cruzamentos industriais por ter boas condições de reproduzir a campo. O comportamento dócil e a carcaça larga são provenientes da raça Red Poll; já sua rusticidade para suportar temperaturas elevadas em estados como Mato Grosso e Pará é característica do N’Dama, raça famosa também pela resistência a insetos. Essa qualidade ficou conhecida por permitir ao N’Dama sobreviver em locais de ocorrência da mosca tsé-tsé, transmissora da doença do sono.

Carcaça

O Senepol apresenta características comuns às raças taurinas: desenvolvimento muscular, posterior largo, profundidade e convexidade (costelas bem arqueadas). O rendimento médio da carcaça no frigorífico é de 53,9%, cobertura média de gordura de 5,4mm e índice médio de 80,8cm² na área de olho de lombo.

Características do Senepol

  • O pêlo curto permite suportar temperaturas altas;
  • Tem boa aptidão a campo e se mantém saudável se alimentando de pastagem;
  • Seu comportamento dócil facilita o manejo dos animais e aufere boa habilidade materna;
  • Raça 100% taurina, apesar de muitos pensarem que é composta ou sintética;
  • É mocho, ou seja, ausente de chifres.

Órgão Vomeronasal

Órgão Vomeronasal

O órgão vomeronasal, também denominado órgão de Jacobson, consiste em um órgão olfativo auxiliar de alguns animais classificados, de acordo com a biologia, em tetrápodes.

O nome de órgão de Jacobson faz menção ao pesquisador dinamarquês Ludwig Levin Jacobson. Já o nome de órgão vomeronasal refere-se ao osso vômer (facial) dos animais adultos, localizado entre o nariz e a boca.

Animais

Nos animais, o órgão vomeronasal encontra-se conectado à cavidade bucal pelo ducto incisivo (com exceção dos equinos). A função desta estrutura é aumentar a sensibilidade de quimiorrecepção nas espécies domésticas e selvagens.
Mais especificamente, componentes líquidos e aerossóides de baixa volatilidade, denominados feromônios, podem ser detectados, influenciando as funções hormonal e reprodutiva, assim como o comportamento sexual de machos e fêmeas.
Os feromônios podem adentrar no órgão em questão via lambedura, ingestão oral ou inalação direta. Os sinais concebidos pelo epitélio vomeronasal são enviados para um bulbo olfatório acessório, que na maior parte das espécies, age como o primeiro centro de integração neural para o sistema sensorial vomeronasal.
Apesar de o epitélio neurossensorial ser composto por células se sustentação, basais e olfatórias e apresentarem uma aparência de epitélio olfatório, há algumas distinções. Este epitélio não possui cílios, mas sim microvilosidades de bulbo dendrítico (com exceção dos cães). As microvilosidades e seus receptores possuem capacidade de detectar agentes químicos específicos e potenciais significativamente baixos.
Bem como na maior parte da região olfatória, o órgão vomeronasal apresenta as glândulas, localizadas sobre o tecido conjuntivo subjacente bem vascularizado. Suas secreções, que podem ser do tipo serosa, mucosa ou ambas, são depositadas no ducto vomeronasal.

Seres Humanos

Estudos anatômicos têm evidenciado que o órgão de Jacobson regride ao passo que o feto se desenvolve, assim como em outros mamíferos, como os primatas, cetáceos e certas espécies de morcegos.
Nos humanos adultos, não há a presença de evidências científicas de conexão neural entre o órgão de Jacobson com o sistema nervoso central. Contudo, há a presença de uma diminuta estrutura no septo nasal de alguns indivíduos, o que leva alguns pesquisadores a acreditarem que essa estrutura represente um órgão vomeronasal funcional.